Morre o maestro vicentino Bartolomeu Araújo
Foto/Reprodução: Site Frevo.com
Faleceu na manhã desta última quarta-feira 08 de fevereiro o
Sr. José Bartolomeu Araújo, conhecido por ser um dos maestros mais influentes
do estado. No mesmo dia o frevo uma das manifestações cultural belíssimas
de Pernambuco completou os seus 110
anos.
Maestro Bartolomeu assim que era conhecido, fundou a antiga
Banda Patrício Gomes a mesma fez história no cenário cultural vicentino. Nascido
em 24 de Agosto de 1935 em São Vicente Férrer, podemos confirmar que ele era
filho realmente da terra vicentina.
Ouve homenagens ao maestro pelas redes sociais, a vereadora
do município Jaciara Araújo a mesma era sobrinha de Bartolomeu, em seu facebook
disse “Tio Zé Bartolomeu Araújo”(em forma de tristeza) em seguida com uma imagem de luto.
O maestro vicentino atuante no município Gleivison Almeida
também o homenageou “Hoje a música pernambucana, e mais especificamente o
frevo, as vésperas de completar 110 anos, perde um de seus grandes
compositores, o maestro compositor José Bartolomeu. Uma perda irreparável para
a nossa cultura.”
Em sua página oficial o grupo Viramundo Coletivo, publicou uma nota de pensar informando o
falecimento do Sr. Bartolomeu, em trecho da nota foi destacada a importância de
Bartolomeu no cenário cultural “sua existência deixou grande contribuição para
a arte que serve para iluminar esse absurdo que é a vida.”
Sr. José Bartolomeu, foi o homenageado da última edição do Festival Absurdo Iluminado de 2016
que reconheceu o Patrimônio Vivo da Arte e do Povo Vicentino. O Absurdo e Iluminado é o maior evento
cultural do município.
(Imagem:
Festival Absurdo Iluminado, homenageando Bartolomeu.)
Confira a coluna do
Maestro Vicentino Gleivison Almeida publicada no Blog do Adilson Carlos em
homenagem a Bartolomeu.
As vésperas de completar 110 anos o frevo se despede de um
dos seus maiores compositores, José Bartolomeu.
Em 1957 foi para a capital pernambucana onde estudou com
grandes nomes como: José Felipe, pai do compositor João Santiago, e com o
grande Maestro Levino Ferreira, além de ser muito próximo do músico Pierre, pai
do nosso grande percussionista, conhecido internacionalmente, Naná Vasconcelos
Bartolomeu, logo se destaca na cena musical pernambucana,
participando das grandes orquestras, como: Orquestra Jazz Ytapoan, orquestra do
Maestro Duda, Orquestra Fernando Borges e a Banda da Cidade do Recife.
Compositor, José Bartolomeu
desenvolve vários gêneros
musicais como: Frevos, Maxixes e cirandas, em parceria com Luiz de França (Luiz
Boquinha), Vicente Rodrigues, Evanildo Maia e José Lopes Filho. Mas, foi com o
frevo que teve seu maior destaque.
Trompetista, seus frevos são conhecidos pela grande
dificuldade técnica de execução para os instrumentos de metais (trombone e
trompetes) necessitando do instrumentista, um bom desenvolvimento técnico de
seu instrumento. Suas principais composições são: Tijolinho Faca Cega (frevo),
Lavanca (frevo), Bicudo (frevo) e Cheguei Agora (frevo canção).
José Bartolomeu foi representante da União Brasileira de
Compositores por vários anos, e tinha como maior objetivo tornar conhecidos os
compositores pernambucanos e principalmente nordestinos, nesse período fundou a
SONOCOM Gravações edições Musicais Ltda, tendo se dedicado até o ultimo dia de
sua vida
Suas músicas foram gravadas por grandes nomes da música
pernambucana e Brasileira como: Maestro Fernando Borges, Maestro Júlio Rocha e
Ney Matogrosso que gravou a sua música “Vou Dançar Ciranda” no disco “As
aparências Enganam” de 1993.
Não sabemos se por ironia do destino, mas o maestro José
Bartolomeu nos deixa um dia antes de o frevo completar 110 anos.
Como disse o historiador Kleber Camelo, “José Bartolomeu,
figura entre as estrelas no panteão do frevo de Pernambuco”.
Cabe aos seus sucessores, discípulos e admiradores,
continuar sua saga pela música pernambucana, pelo frevo.
A bênça Maestro José Bartolomeu!
(Na foto, o maestro Bartolomeu ao lado de Gleivison Almeida e do Cantor vicentino Ed Carlos)
Nenhum comentário: